Gambás encontrados em escola infantil em Ribeirão Preto, SP, serão levados para reserva ambiental
Especialistas alertam para o aparecimento de gambás durante a primavera A Secretaria de Educação de Ribeirão Preto (SP) informou nesta terça-feira (30) que...

Especialistas alertam para o aparecimento de gambás durante a primavera A Secretaria de Educação de Ribeirão Preto (SP) informou nesta terça-feira (30) que a família de gambás encontrada no forro de uma escola municipal na zona Sul será encaminhada para uma reserva ambiental. O caso chamou a atenção após pais de alunos reclamarem que os animais estavam no local há um mês e as crianças, que têm entre 1 e 6 anos, foram expostas ao cheiro de fezes e urina dos gambás em uma das salas de aula. À EPTV, afiliada da TV Globo, algumas mães disseram que descobriam o caso pelos próprios filhos e a direção da escola Ana dos Santos Gabarra demorou para agir. ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp Em nota encaminhada à EPTV, a secretaria informou que acionou uma empresa especializada para fazer a retirada dos animais e, em seguida, a escola passará por limpeza e higienização. "Os gambás estão sendo removidos com todo o cuidado necessário e encaminhados a uma reserva ambiental, garantindo a preservação da espécie e o equilíbrio da fauna local. Após a conclusão da retirada, será realizada a limpeza e a higienização completa do espaço, assegurando a proteção, a saúde e o bem-estar da comunidade escolar". Ainda de acordo com a pasta, todos os procedimentos seguem critérios rigorosos para garantir a segurança das crianças e a preservação do meio ambiente. LEIA TAMBÉM Pais reclamam de criadouro de gambás em escola infantil de Ribeirão Preto Providências Chefe da Educação Ambiental da Secretaria de Educação, Moysés Elias Neto confirmou que os gambás estavam vivendo no forro de ao menos uma das salas de aula, mas disse que o local passava por limpeza regularmente. "A escola teve, a todo momento, um cuidado muito grande com a limpeza desses locais. Algumas salas, inclusive, foram interditadas para que as crianças não ocupassem essas salas em caso de urina e fezes naquele local. Estando no forro, você tem a incidência de fezes e urinas e, de imediato, a escola fez a limpeza. Em casos mais graves, interditou a sala. As crianças não tiveram contato próximo com esses resíduos, mas que são perigosos, são perigosos, sim". Uma das salas para onde as crianças foram remanejadas originalmente comporta até 15 alunos, mas passou a reunir o dobro após a interdição de um dos cômodos. A escola, que fica no Jardim Irajá, tem um total de 332 alunos. EMEI Ana dos Santos Gabarra, em Ribeirão Preto (SP) Luciano Tolentino/EPTV De acordo com Moysés, a família de gambás já foi retirada da unidade de ensino. Ele confirmou que a escola vai passar por uma limpeza e todo o forro será fechado. "Ontem o bombeiro esteve na escola e a última notícia que a gente tem é que não tem mais animal neste momento. Mas vai ser feita uma nova visita para verificar se não ficou nenhum no forro para, aí sim, fazer o fechamento completo da estrutura". Ainda de acordo com o chefe de Educação Ambiental, a incidência de gambás é comum nesta época do ano, que é quando eles se reproduzem. "Não foi a primeira vez, não vai ser a última e não é apenas nas escolas. A gente tem esse tipo de incidência praticamente no município inteiro. Essa época do ano, principalmente, porque é a época de reprodução dos gambás. Então, comumente a gente encontra gambás na área metropolitana, nas casas, nos edifícios, nos prédios públicos e também na escola, como foi o caso". Família de gambás se abrigou em forro de escola infantil em Ribeirão Preto (SP) Aurélio Sal/EPTV Gambás são inofensivos, mas contato deve ser evitado Apesar de inofensivos, gambás podem transmitir doenças por meio de fezes e urina e, por isso, o contato com estes animais deve ser evitado. De acordo com o zootecnista Alexandre Gouveia, diretor do Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetras), entre as doenças que podem ser causadas após um possível contato estão raiva, leishmaniose e Chagas, além de bactérias, que podem passar também para o ser humano. "De forma alguma é aconselhável qualquer pessoa querer manejar um gambá, principalmente adulto. Ele tem muita força, é um animal que tem uma dentição forte, robusta. Ele pode, de uma mordedura, acabar machucando e transmitindo alguma doença para o ser humano". Segundo o biólogo Fábio Santos do Nascimento, professor de comportamento animal da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto, gambás precisam ser respeitado e não podem, em hipótese alguma, serem criados como animais de estimação. "A gente não deve confundir animais silvestres com pets, não deve criar saruê porque são animais suscetíveis a doenças que, em casa, a gente não tem proteção nenhuma". Filhotes de gambá saruê Aurélio Sal/EPTV Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região